A crise hídrica não pode ser descontextualizada do modo de
produção capitalista, tendo o Estado e a ação política o papel de mitigar as
contradições da relação entre sociedade, natureza e capital.
Texto classificado no Concurso Foed Castro Chamma e disponível no site da ALACS
Materializou-se a crise ambiental há
tempos prevista; a água, outrora tida como abundante, importante não apenas
economicamente, mas também fisiologicamente para os seres vivos, enfim foi
reconhecida como um líquido precioso. Enfatiza-se que os problemas ambientais
são provocados ou potencializados pela ação antrópica. Ou seja, pela atividade
humana de uma população crescente e que demanda cada vez mais recursos.
Esta visão simplista carrega uma ideologia ardilosa, pois além de destacar a necessidade social de conscientização no uso dos recursos naturais, entre eles, a água, também considera a população como causadora da crise, resumindo a questão como decorrente da existência de um excedente populacional que consome além da disponibilidade de recursos, reproduzindo uma ultrapassada explicação malthusiana para a escassez, despolitizando a questão e afastando dela suas relações com os aspectos sociais e econômicos. Basta exemplificar como a pobreza de significativa parcela da população do sertão nordestino é naturalizada como decorrente dos “problemas ambientais” da região, ignorando todo o contexto social, político e econômico.
A contradição é que enquanto se responsabiliza a população, justificando que ela suporte os diversos custos sociais e econômicos, o consumo crescente e o desperdício direto ou indireto são incentivados pelo
Esta visão simplista carrega uma ideologia ardilosa, pois além de destacar a necessidade social de conscientização no uso dos recursos naturais, entre eles, a água, também considera a população como causadora da crise, resumindo a questão como decorrente da existência de um excedente populacional que consome além da disponibilidade de recursos, reproduzindo uma ultrapassada explicação malthusiana para a escassez, despolitizando a questão e afastando dela suas relações com os aspectos sociais e econômicos. Basta exemplificar como a pobreza de significativa parcela da população do sertão nordestino é naturalizada como decorrente dos “problemas ambientais” da região, ignorando todo o contexto social, político e econômico.
A contradição é que enquanto se responsabiliza a população, justificando que ela suporte os diversos custos sociais e econômicos, o consumo crescente e o desperdício direto ou indireto são incentivados pelo