Muitas vezes há uma confusão entre os significados dos termos tempo e clima, sendo tratados como sinônimos, no que se refere às condições meteorológicas. Embora relacionados, tem significados distintos.
Segundo o site Mundo Educação, o tempo refere-se ao estado momentâneo que ocorre em um determinado local a partir do ar atmosférico que pode ocorrer de maneira lenta ou rápida. Ou seja, isso indica que ele pode variar com significativa rapidez. Basta observarmos que, pela manhã, o tempo pode estar nublado, a tarde ensolarada, e a noite pode chover.
Para o CEMBA (Centro Estadual de Meteorologia da Bahia), o tempo é o conjunto das condições atmosféricas e fenômenos meteorológicos que afetam a biosfera e a superfície terrestre em uma escala de tempo (cronológico) e em um determinado local. A temperatura, umidade (nebulosidade, nevoeiro, chuva) vento (e as diferenças de pressão) etc. formam o conjunto de parâmetros do tempo.
Não cabe nesse momento
destacar e pormenorizar as diferenças entre os elementos e os fatores do clima. Para quem
quiser ter uma noção sobre essa questão, acesse o site uol, clicando aqui. Só vale destacar que os elementos do clima
são os atributos básicos que servem para definir o tipo climático de uma
determinada região como a temperatura, a umidade e a pressão atmosférica.
Por sua vez, os fatores climáticos
são os responsáveis pelas características ou modificações dos elementos do
clima e devem ser analisados em conjunto. Os principais fatores são
a latitude,
a altitude, a maritimidade (a
distância de uma localidade em relação ao mar), as correntes marítimas e
as massas de ar, além daqueles relacionados às atividades humanas.
Da mesma forma, para o Jornal do Tempo Uol, o tempo se refere ao estado instantâneo da atmosfera a qualquer momento, incluindo temperatura, precipitação, pressão do ar, nebulosidade, etc. Sendo assim, a previsão de tempo é uma projeção para um futuro próximo (de algumas horas a até 15 dias) baseada em cálculos matemáticos chamados modelos numéricos.
O Clima, por sua vez,é o
estado médio da atmosfera em um determinado período. A Organização Meteorológica Mundial – OMM da Organização das Nações Unidas – ONU, considera um período mínimo de 30 anos de dados para gerar uma climatologia.
estado médio da atmosfera em um determinado período. A Organização Meteorológica Mundial – OMM da Organização das Nações Unidas – ONU, considera um período mínimo de 30 anos de dados para gerar uma climatologia.
Para o Jornal do Tempo, o clima é guiado pela energia do sol e pela característica (geoide) da forma da terra, e compreende os diversos fenômenos climáticos que ocorrem na atmosfera. No sentido original, clima é um conceito usado para dividir o mundo em regiões que dividem parâmetros climáticos parecidos.As regiões climáticas podem ser classificadas com base na temperatura e precipitações.
Dessa forma, quanto a maior a escala de abordagem do clima, menos detalhes e nuances podem ser representantes. Basta notar, por exemplo, que um mapa com os tipos climáticos globais não consegue representar todas as especificidades que um mapa regional ou local apresenta.
Dessa forma, quanto a maior a escala de abordagem do clima, menos detalhes e nuances podem ser representantes. Basta notar, por exemplo, que um mapa com os tipos climáticos globais não consegue representar todas as especificidades que um mapa regional ou local apresenta.
Classificações climática
Dadas as complexidades e diferenças de cada região, bem como dos muitos fatores e elementos que influenciam o clima, muitas formas de classficação são propostas para descrever ou explicar o clima de determinada região.
Segundo o site click escolar, para o caso do Brasil destacam-se o uso das seguintes classificações: de Strahler, de Koppen e de Lysia M. Bernardes.
Classificação de Strahler (Disponível aqui)
Classificação de Koppen
Classificação de Strahler (Disponível aqui)
Classificação de Koppen
Classificação de Lysia M. Bernardes (Disponível em Cola da Web)
Segundo Rolin e Camargo, os sistemas de classificações climáticas são de grande importância, pois, analisam e definem os climas das diferentes regiões levando em consideração vários elementos climáticos ao mesmo tempo, facilitando a troca de informações e análises posteriores para diferentes objetivos.
Segundo Rolin e Camargo, os sistemas de classificações climáticas são de grande importância, pois, analisam e definem os climas das diferentes regiões levando em consideração vários elementos climáticos ao mesmo tempo, facilitando a troca de informações e análises posteriores para diferentes objetivos.
Um dos sistemas de classificações climáticas mais abrangentes é o de Köppen, embora todos possam ser criticados quanto a generalizações, dificuldades na definição de limites de abrangência, etc. Aparecido Ribeiro de Andrade, em sua tese, que ilustra a complexidade do assunto, aduz que "a definição de clima regional passa pela interpretação da realidade local, principalmente porque as condições locais irão influenciar o comportamento regional. Contudo, a preponderância dos estados médios da atmosfera e das grandes concentrações de fatores geográficos (vegetação, altitude, relevo, etc.) irão definir um limite, mais ou menos arbitrário, para a área de um determinado clima regional."
O mesmo autor traz também uma distinção importante que mais uma vez expressa a complexidade do tema. Para ele, a climatologia se diferencia da meteorologia, basicamente, por não se ater à descrição matemática dos aspectos ligados à dinâmica atmosférica de elementos meteorológicos, como a temperatura, a umidade e a pressão atmosférica. Sua atuação vai mais além, pois busca a interação destes elementos com os fatores geográficos atuantes (altitude, latitude, relevo,
continentalidade, maritimidade e vegetação). É nessa inter-relação que a climatologia surge, buscando características próprias para a explicação de condições específicas para cada local, através de escalas espaciais e temporais apropriadas.
Clima do Paraná
Segundo o SIMEPAR, os
mapas abaixo mostram a distribuição espacial mensal da Chuva Média, Temperatura Mínima
Média e Temperatura Máxima Média no estado do Paraná durante os meses de
outubro-novembro-dezembro de 2013, como exemplo.
Vale ressaltar ainda que o clima pode apresentar eventos atípicos ou anomalias, o que não constitui, entretanto, mudanças climáticas.
No
Paraná, em 2013, por exemplo, segundo a SIMEPAR, foram 33 municípios com observação de NEVE e outros 25
municípios registraram CHUVA CONGELADA entre os dias 22 e 23 de julho. A maior
precipitação de neve foi registrada no município de Guarapuava, na madrugada do
dia 23 de julho.
Após o afastamento da instabilidade que favoreceu a
ocorrência de neve, o ar extremamente frio e seco deu origem a geadas fortes e
amplas em boa parte do estado do Paraná entre os dias 24 e 26 de julho.
De acordo com o contido na Wikipedia e no Portal da Prefeitura Municipal de Irati, tendo como base a classificação climática de Köppen, o clima de Irati é tipo Cfb (temperado). Apresenta verões amenos, invernos com ocorrências de geadas severas e freqüentes, não apresentando estação seca.
As médias mensais de precipitação pluviométrica e da umidade relativa do ar são 193,97mm e 79,58%.
As médias mensais de precipitação pluviométrica e da umidade relativa do ar são 193,97mm e 79,58%.
Oportunamente se apresentará um resumo de cada um dos sistemas de classificação mais importantes.
TEMPO
Sabendo que quando o tempo está para chuva, há um maior percentual de umidade absoluta na atmosfera, ou seja, mais vapor de água, fica fácil entender o porquê do galinho mudar de cor. Mas não confunda umidade absoluta (quantidade de vapor de ar na atmosfera) com umidade relativa do ar, que é a capacidade máxima do ar, em determinada temperatura e pressão, absorver o vapor de água sem entrar no ponto de saturação. Mas isso é assunto para outro momento.
Além disso, é preciso destacar que "desde o início da civilização as
observações das condições atmosféricas foram utilizadas para a sobrevivência da
espécie humana. Por meio da direção do vento, o caçador primitivo era conduzido
a seguir seu destino, conforme relata Wolfe (1963, p. 7-8)"
Hoje basta ligar a TV ou
acessar a internet, que podemos ver um apresentador falando sobre a
probabilidade de chuva no decorrer do dia, sem sequer sair ao sol observar o
céu. Temos acesso ao percentual de umidade relativa do ar sem sequer sair das
salas com ar condicionado. Sabemos que vai chover sem se dar conta se no céu há
nuvens....Com isso, perdemos a noção de que vivemos em um ecossistema.
A palavra sistema, por si só representa a integração dinâmica de diversos
elementos interdependentes.
Leia também nesse blog, o texto: A observação como forma de entender o tempo e o clima. Ele exemplifica alguns conceitos e traz uma sugestão de atividade prática, onde os conceitos climatológicos são relacionados com a observação direta, com o saber popular, com o conhecimento socialmente construído e utilizado na prática social, tanto no dia a dia dos alunos quanto nas mais diversas atividades econômicas, como a agricultura, objetivando trazer materialidade aos conceitos abstratos trabalhados em sala de aula.
TEMPO
É preciso destacar que
hoje, com o auxílio da tecnologia, podemos ter acesso à previsão do tempo para
os próximos dias (quanto mais longe no tempo a previsão, menor sua precisão).
Com isso, diversas atividades humanas, como por exemplo, a agricultura, a pesca,
as festividades, etc. podem se beneficiar das previsões e planejar o melhor
período ou momento para a execução de suas atividades. Entretanto, nem sempre
foi assim. É comum ouvirmos das pessoas mais velhas, comentários a respeito do
tempo meteorológico, como por exemplo:
- Será que chove ?
E com uma rápida olhada
para o céu, com a atenção para o direção do vento, entre outros fatores, surge
a resposta:
- Não, vai esfriar nos
próximos dias !
Mas como isso ocorre ?
Embora não tenha a
precisão ou o rigor científico, estas observações podem ser válidas, ou no
mínimo, não podem ser desprezadas. Os instrumentos e equipamentos tecnológicos
nada mais fazem do que ampliar a capacidade humana de observar e registrar com
maior precisão fatores já observados e transmitidos oralmente pelo homem há
muito tempo, entretanto, com agora com maior capacidade de explicar as causas e
os efeitos de forma científica, racional e não mística, graças aos
conhecimentos socialmente construídos e sistematizados.
Por exemplo: Alguém já
observou os "galos do tempo" ? É um pequeno enfeite, que quando o
tempo está bom, ele fica azul. Quando o tempo está para chuva, ele fica rosa.
Ele não tem nenhum poder mágico de adivinhar o tempo. Ocorre que ao longo de
sua experiência, o homem descobriu que o sal iodeto de cobalto tem a
propriedade de ficar rosa quando está hidratado e azul quando está anidro - anidro é
um termo geral utilizado para designar uma substância de qualquer natureza que
não contém, ou quase não contém, água na sua composição.
Sabendo que quando o tempo está para chuva, há um maior percentual de umidade absoluta na atmosfera, ou seja, mais vapor de água, fica fácil entender o porquê do galinho mudar de cor. Mas não confunda umidade absoluta (quantidade de vapor de ar na atmosfera) com umidade relativa do ar, que é a capacidade máxima do ar, em determinada temperatura e pressão, absorver o vapor de água sem entrar no ponto de saturação. Mas isso é assunto para outro momento.
Na dúvida, fica um blog
de sugestão de leitura. Clique aqui para acessar.
No Nordeste brasileiro,
existem os chamados "profetas das chuvas". Através da experiência
empírica adquirida ao longo do tempo e da observação atenta dos elementos da natureza
(nuvens, vegetação, animais, etc.), eles conseguem prever razoavelmente as
condições do tempo, auxiliando no êxito da agricultura da região.
O site Geografia uol, explica essa questão, discutindo até mesmo
os ditados populares como forma de explicar o tempo, às vezes de forma correta,
às vezes de forma equivocada. Entretanto, o que fica evidente, no caso do
semiárido, é que "o sertanejo, por conviver em um ambiente extremamente
hostil, desenvolveu uma acuidade detalhada para a observação dos fenômenos
presenciados na natureza, em especial para a previsão do tempo e do clima,
utilizando como referência o comportamento dos animais, o comportamento da
vegetação e a posição dos astros, constelações e nuvens."
Por exemplo: muitas vezes
quando surge um halo (círculo) ao redor do sol ou da lua, as pessoas de maior
sabedoria popular costumam dizer o seguinte provérbio: "círculo longe,
chuva perto..." Em parte elas tem total razão.
O halo é formado por
pequenos cristais de gelo contidos em nuvens cirrostratus (nuvens altas
parecidas com um véu) . Ao se refratar nos cristais de gelo em determinado
ângulo, a luz do sol cria esse fenômeno óptico. De acordo com o Epoch
Times “o fenômeno é uma boa indicação de que a umidade está descendo
para altitudes menores, onde é provável que assuma a forma de precipitação. Um
halo é um indicador mais confiável de tempestades nos meses mais quentes do que
durante os meses de inverno”..
Se anteriormente as
tentativas de previsão do tempo exigiam do homem observação atenta, experiência
de vida e o conhecimento repassado de geração em geração, hoje há dispor de
praticamente todos uma série de facilidades tecnológicas que garantem maior facilidade
e precisão nas observações, ao mesmo tempo que disponibiliza a todos as
informações climáticas de forma passiva, ou seja, as pessoas não precisam parar
e observar os elementos da natureza, interpretar e entender os seus sinais.
Como consequência, pode ocorrer um distanciamento da consciência dos reflexos
que as ações humanas podem gerar no ambiente, e consequentemente no tempo e no
clima, se refletindo na vida em sociedade.
Leia também nesse blog, o texto: A observação como forma de entender o tempo e o clima. Ele exemplifica alguns conceitos e traz uma sugestão de atividade prática, onde os conceitos climatológicos são relacionados com a observação direta, com o saber popular, com o conhecimento socialmente construído e utilizado na prática social, tanto no dia a dia dos alunos quanto nas mais diversas atividades econômicas, como a agricultura, objetivando trazer materialidade aos conceitos abstratos trabalhados em sala de aula.
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