A pós-graduação stricto sensu no Brasil ainda carrega uma marca de exclusividade que já não condiz com o tempo em que vivemos.
O modelo tradicional, com aulas e atividades concentradas em turnos diurnos, parte da suposição cada vez mais distante da realidade: a de que o estudante de mestrado é alguém com disponibilidade integral, desvinculado de obrigações profissionais e familiares.
Na prática, isso exclui uma enorme parcela dos potenciais candidatos. Basta considerar as estatísticas que revelam que o Brasil tem record de trabalhadores graduados, segundo o G1. Sabemos também que a taxa de desemprego para quem tem ensino superior é a mais baixa. Portanto, são profissionais que desejam continuar estudando, mas que não podem simplesmente abrir mão de seu sustento para fazê-lo.
A equação é simples: ou trabalham, ou estudam. O mestrado diurno, nesse sentido, acaba se tornando um privilégio.
E aqui não se trata apenas dos professores que lecionam no período diurno e, por isso, não conseguem encaixar um mestrado em sua rotina. Falo também de engenheiros, jornalistas, advogados, enfermeiros, arquitetos, gestores públicos e privados, cientistas sociais... Todos enfrentam a mesma barreira: a falta de alternativas que conciliem o trabalho diurno com o desejo legítimo de avançar academicamente.
Enquanto isso, o valor simbólico da graduação mudou. Com a