Vozes do Verbo: um álbum de reflexões e opiniões sobre tópicos regionais

O livro "Vozes do Verbo: um álbum de reflexões e opiniões sobre tópicos regionais" é o segundo livro lançado pelo autor, Haroldo José  Andrade Mathias. 

O primeiro deles: “fatores que impactam no processo de precificação” (clique aqui para acessar a versão em PDF) (ou aqui para acessar o Flipbook) tratou de uma temática empresarial, e embora voltado para esta área, permeou entre os conceitos técnicos uma análise crítica e social sobre o papel empresarial, trazendo pontos de vista e um convite à reflexão sobre a função social das atividades produtivas.

O atual livro também manteve essa perspectiva de análise crítica, porém com um conteúdo mais abrangente.

Este leque facilitou e praticamente impôs a necessidade de uma apreciação crítica e sistêmica dos fatos, na busca de uma visão dialética de tantos elementos distintos que se contrapõem e formam nosso contexto de vida.

Uma característica comum em ambos os livros é o fato de serem preparado em todas as suas etapas pelo próprio autor. Todo processo de escrita, de elaboração ou disposição dos elementos gráficos, revisão textual, diagramação, etc. foram feitos pelo próprio autor.

Embora neste processo amador, de busca de informações para solucionar as dúvidas, da falta de recursos técnicos ou profissionais, possam ficar falhas, o importante está além do resultado material, mas no aprendizado ocorrido neste processo de cumprir todas as etapas de produção.

Visando a máxima redução de custos, pois todas as despesas foram arcadas pelo autor, sem qualquer forma de financiamento ou patrocínio, poucos exemplares impressos serão produzidos. Porém, valendo-se dos recursos digitais disponíveis e acessíveis atualmente, se fará também gratuitamente a  distribuição do material digital, de modo coerente com o objetivo do livro de valorizar a transmissão do conhecimento, os temas locais vivenciados por todos nós, e incentivar a democratização da leitura, e sobretudo, da escrita. 

Para acessar gratuitamente a versão digital (PDF) do livro "Vozes do Verbo: Um álbum de opiniões e reflexões sobre tópicos regionais", clique aqui !!

Caso prefira acessar a versão Flipbook, clique aqui.

A obra incorpora a noção de valorização do saber popular, muitas vezes negligenciado, e da visão pessoal de mundo, partindo do princípio de que a realidade carrega uma dose de subjetividade e que aqueles que vivem os fatos têm um conhecimento empírico que precisa ser considerado, registrado, compartilhado e preservado.

Ilustra que é possível transcender a escrita pautada na formalidade ou no rigor acadêmico, de modo que todos podem produzir seus textos, expor suas ideias, seja como forma de registro destes saberes, seja como meio de manifestação de suas necessidades sociais, sendo a escrita, portanto, uma forma de se fazer política ou de exercer a cidadania, além de seu valor documental.

E por isso, em seus pressupostos, o livro tenta demonstrar que a leitura e a escrita não são atividades reservadas a intelectuais, com regras, protocolos e etiquetas segregadoras e limitantes, mas algo que deve ser tão comum quanto falar, e que precisa ser cada vez mais democratizadas. Afinal, o conhecimento se constrói de forma coletiva, em processos metódicos ou não. Não há porque uma de suas principais bases (a escrita) ficar restrita ou monopolizada.

Explicando o título do livro, Vozes do Verbo se refere ao blog mantido pelo autor desde o ano de 2007 aproximadamente, cuja coletânea de textos serviu de inspiração para a elaboração da obra impressa.

O subtítulo "um álbum" faz uma analogia de que cada texto é um fotografia tirada de determinado ângulo, tempo, lugar, etc. São diferentes as fotos tiradas de uma árvore no inverno, no verão, de dia, ao entardecer, etc. Embora a árvore seja a mesma. Assim são os textos. Eles permitem refletirmos sobre diferentes percepções a respeito dos mesmos fenômenos e fatos, e conforme nós mudamos conforme nossas experiências, nossa perspectiva muda.

Dentro deste paradigma, o autor busca dialogar com o leitor assuntos locais e regionais, tendo como pressuposto a mutabilidade do contexto, da vida e do pensamento humano, utilizando a metáfora do rio em constante fluxo e do ser humano em contínua mudança contida na filosofia de Heráclito, explicando ainda que o contexto afeta a realidade e a nossa percepção de mundo.

A expressões de "opiniões" reforça a ideia de que trata-se, embora o livro conte com uma significativa base referencial (em torno de 15 páginas), de uma visão subjetiva sobre os temas. De um ponto de vista, não descartando a existência de outros tantos mais agora ou ao longo do tempo.

Por fim, "tópicos regionais" (ou locais) indica que serão tratados assuntos tomando por base esta escala de abrangência. É em nível local que vivemos, que percebemos, influenciamos e somos influenciados pelas questões sociais, econômicas, ambientais.  É onde somos sujeitos e ao mesmo tempo objetos na sociedade, o que justifica a importância da escrita, principalmente como forma ativa de exercício da cidadania.

Em resumo, o livro "Vozes do Verbo: Um álbum de opiniões e reflexões sobre tópicos regionais" desperta a curiosidade dos leitores para ler (e explorar mais) uma variedade de temas e perspectivas, mas também os incentiva a se tornarem agentes de mudança em suas próprias comunidades, promovendo um diálogo inclusivo e enriquecedor sobre questões que moldam a realidade local e regional.

Se outrora as pessoas se reuniam nas casas e ao sabor do chimarrão proseavam e transmitiam conhecimentos, opiniões, cultura, hoje temos diferentes meios para promover este diálogo de forma compatível com os novos tempos, e a leitura e a escrita são um deles e precisam ser estimuladas. Precisam de um lugar na rotina da vida.

Para exemplificar a diversidade dos temas tratados no livro, há um capítulo tratando do “Acesso à moradia nos municípios da Mesorregião Sudeste Paranaense”, tomando como parâmetro o cadastro público da COHAPAR para discorrer sobre o déficit habitacional, correlacionando diversos fatores em busca de uma hipótese.

No capítulo que trata do Tradicionalismo Gaúcho, a argumentação partiu da pergunta provocadora se “paranaense pode ser gaúcho”. Gaúcho é quem nasce no Rio Grande do Sul, resumidamente falando. Mas trazendo elementos históricos da formação de nossas cidades, dos estados do Sul, da estrutura político-administrativa do país e de parte da América do Sul, valorizando a presença do indígena, podemos chegar a conclusões interessantes. Se incluirmos que a transmissão dos aspectos culturais não conhece fronteiras, abordar o Tropeirismo, as migrações internas e considerar a etimologia da palavra gaúcho, que em uma de suas vertentes tipifica um modo de vida, o que parecia simples se torna complexo.

Outro texto que abrange questões ambientais, políticas, econômicas e históricas, é a “ocupação residencial das beiras de rios e fundos de vales urbanos e a destruição das matas ciliares”.

Consta também uma poesia homenageando o Município de Rebouças. Sobre este município há um texto a respeito do “Parque Ambiental do Monge João Maria”, que além de citar a origem do parque, traz em paralelo uma reflexão sobre a dinâmica apressada e caótica da vida moderna e sobre a necessidade e valorização atual destes espaços de lazer, mas também de conexão com a natureza e de espiritualidade.

Ainda dentro temática cultural, há um capítulo tratando da “Manifestação Religiosa da Recomendação das Almas”. Ofício da religiosidade popular que era praticado na quaresma e que praticamente extinguiu-se na região. Entre outros assuntos em suas aproximadamente 250 páginas em 16 capítulos.

Enfim, fica o convite para folhar este álbum, ver as “fotos” tiradas pelo autor, em dada época, lugar e ângulo, e quem sabe se motivar e fazer os seus registros para que também possamos apreciar e assimilar novas visões de mundo, que nos enriquecem e nos mudam!

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