A avaliação da qualidade do serviço público sob a ótica da iniciativa privada distorce a responsabilidade da classe política

A recorrente e rasa comparação entre os setores público e privado, muitas vezes, ignora as peculiaridades intrínsecas que distinguem estas duas esferas.

Enquanto as empresas privadas têm como objetivo principal a obtenção de lucro, as entidades públicas devem estar comprometidas com o atendimento das necessidades sociais, baseando-se no supra princípio da supremacia do interesse público. Este contraste afeta profundamente todas as relações institucionais. Um exemplo claro é a forma de contratação de pessoal, onde o concurso público é a ferramenta que visa garantir a isonomia e a justiça no acesso, evitando práticas como o apadrinhamento e as perseguições políticas. É o meio mais objetivo e transparente de acesso ao trabalho.

As empresas privadas operam em um ambiente onde tudo o que não é explicitamente proibido é permitido. Esta flexibilidade permite que elas inovem, arrisquem e até mesmo em alguns casos, cometam deslizes como a sonegação fiscal, buscando maximizar seus lucros. Dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) apontam que a sonegação empresarial é maior que os orçamentos da Saúde e Educação somados.

Em contrapartida, as instituições públicas estão estritamente limitadas àquilo que a lei autoriza, seguindo procedimentos muitas vezes morosos, é verdade, mas necessários para garantir

O Distorcido Papel Atribuído às Escolas Atualmente

As escolas desempenham um papel fundamental na formação dos indivíduos e na construção de uma sociedade mais justa e desenvolvida social, cultural e economicamente. 

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/2016/02/qual-minha-funcao-dentro-
da-minha-escola.html
Este papel é respaldado por diversas legislações e orientações pedagógicas, como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que reforçam a importância da Educação Escolar  no desenvolvimento pleno dos cidadãos. Porém, nestes dispositivos, fica explícito que Educação e Ensino não são sinônimo, sendo a primeira muito mais ampla e desenvolvida não apenas no espaço escolar, mas em uma série de instituições ou lugares nos quais as relações sociais se desenvolvem.

Educação e Contexto Social e Familiar

A Constituição Federal, em seu artigo 205, estabelece que "a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade". 

A LDB, já em seu artigo 1º cita que a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais... Esses dispositivos legais deixam claro que a educação é um processo compartilhado entre escola, família e sociedade.

A criança passa aproximadamente quatro horas diárias na escola, enquanto as outras vinte horas são vividas em diferentes contextos, principalmente no seio familiar. Esta realidade indica que a Educação é um processo contínuo e disseminado ao longo de várias esferas da vida do indivíduo. A escola não