Nos últimos anos, a ascensão das inteligências artificiais (I.A.) na produção textual tem levantado debates profundos sobre a essência da escrita e o papel do autor no mundo contemporâneo. Já não se trata apenas de um avanço tecnológico, mas de uma transformação que desafia a própria noção de autoria e autenticidade.
Em meio a esse cenário, surge um questionamento inevitável: até que ponto um texto gerado por I.A. pode representar o pensamento, a emoção e a identidade de quem escreve, ou mais, retratar a concepção subjetiva sobre os fenômenos, sobretudo sociais e humanos?
A escrita sempre foi mais do que um simples arranjo de palavras. Ela é uma forma de expressão, um meio pelo qual um autor se comunica com o mundo, organiza seu pensamento e deixa sua marca.
A história está repleta de escritores que transformaram a sociedade com suas ideias, não por causa (somente) da coerência e gramática impecável de seus textos, mas pelo modo como suas palavras refletiam suas experiências, angústias e visões de mundo. Com retratavam criticamente, às vezes de forma explícita, outras vezes, nas entrelinhas, as questões sociais, as injustiças, faziam resistência às opressões, expressavam seu amor, seus valores, seu eu. A inteligência artificial, por mais sofisticada que seja, carece desse elemento humano fundamental: a subjetividade.
É certo que a I.A. pode ser uma ferramenta útil, especialmente no jornalismo e no marketing, onde há a necessidade de produzir conteúdos rápidos e objetivos. Muitos veículos de comunicação já utilizam