Segundo a
agência FAPESP, em um artigo publicado em agosto na revista Nature Reviews
Cancer, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram um mapa da poluição atmosférica no mundo. Segundo
os dados levantados, a pesquisa infere que os países com os piores índices são aqueles
com menor produção científica sobre o tema.
Segundo
os autores, as nações em desenvolvimento contribuíram com apenas 5% das pesquisas
já feitas sobre o tema. Por outro lado, países desenvolvidos como Estados Unidos,
Canadá e a maioria dos europeus apresentaram os índices mais baixos de poluição.
As nações em desenvolvimento, que estão concentradas na América do Sul, no
Norte da África e nas regiões próximas à Índia e à China, ficaram nas faixas
mais altas, entre 71 μg/m3 e 142 μg/m3, quando o recomendado pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) para o poluente são valores abaixo de 20 μ/m3.
Segundo Uol
Notócias, Lais Fajersztajn, principal autora da pesquisa, explica
que " os dados ainda são
subestimados, pois consideram regiões muito grandes e diversas. O Brasil, por
exemplo, está na mesma faixa dos Estados Unidos, que é a mais baixa. Mas é uma
média de todo o país, que tem lugares muito poluídos e outros pouco poluídos”.
Ainda segundo a pesquisadora, os resultados indicam que
a ciência é uma ferramenta importante para mudar esse cenário e precisa ser fortalecida nos países em desenvolvimento por colaborações internacionais.
a ciência é uma ferramenta importante para mudar esse cenário e precisa ser fortalecida nos países em desenvolvimento por colaborações internacionais.
Entretanto, embora os
países com pior índice sejam aqueles que menos se dedicaram às pesquisas nesta
área, o que não coincidentemente são os países em desenvolvimento e os países
sub-desenvolvidos, é preciso destacar que grande parte das emissões de
poluentes são oriundas das indústrias (de modo geral). Indústria essa que se
instala em países com menor rigor nas normas ambientais (nas normas de
trabalho, entre outras “vantagens”), os quais justamente permitem isso para atrair o interesse das empresas
dos países desenvolvidos, as quais produzem, geram o passivo social e
ambiental, deixando prejuízos além dos financeiros, porém, revertem os seus lucros para os países de origem, geralmente os
países desenvolvidos.
Com isso, os países desenvolvidos, e que segundo a pesquisa investem em produção científica, não produzem poluição em seu
território, passam à sociedade uma imagem de nações ambientalmente corretas, mas poluem em outros territórios.
O que a pesquisa não ressalta é que o efeito da poluição, em longo prazo,é sistêmico, e afeta a todos.
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