O que é ser um Hacker ?

O termo hacker é frequentemente utilizado para se referir a pessoas com habilidades avançadas em informática, capazes de realizar ações que vão desde a solução de problemas técnicos até a invasão de sistemas. Quem nunca assistiu um filme onde o Hacker, ou eu diria, o Ninja da Computação, invade sistemas, dispara mísseis, rastreia pessoas, suga a conta bancária de milionários ? Mas será que na realidade é isso mesmo ?
https://canalconsultapublica.com.br/

A origem do termo hacker é incerta, mas sites apontam que ele teria surgido nos anos 60 nos laboratórios do MIT (Massachusetts Institute of Technology) nos Estados Unidos, onde os programadores costumavam se referir uns aos outros como hackers.

Inicialmente, eram vistos como entusiastas da tecnologia e da programação, que buscavam explorar ao máximo as possibilidades dos sistemas computacionais. Enfim, "fuçavam" todos os atalhos, brechas, potencialidades e fragilidades dos sistemas. 

Com o passar dos anos, no entanto, o termo passou a ser associado também a atividades ilegais, como a invasão de sistemas ou a disseminação de malwares e vírus. Lembrando que vírus e malware não são sinônimos. Malware é um termo genérico, que abrange os vírus, spywares, trojans, adwares, ransomwares, rootkits, entre outros.

Com a popularização dos computadores e do acesso as redes de informação, na década de 1980 e início da década de 1990 houve um aumento significativo no número de crimes cibernéticos, o que levou muitas pessoas a associar automaticamente o termo hacker a atividades ilegais. Porém, nem todos os hackers são criminosos. Na verdade, muitos trabalham na área de segurança digital, ajudando empresas e instituições a proteger seus sistemas contra ataques.

Existem vários tipos de hackers. Alguns fóruns de informática os classificam como white hats (ou chapéus brancos), que trabalham para identificar e corrigir vulnerabilidades em sistemas, os black hats (ou chapéus pretos), que realizam atividades maliciosas, e os grey hats (ou chapéus cinzas), que combinam elementos de ambos os grupos.

Uma curiosidade interessante sobre os hackers, ou melhor, sobre as invasões de

sistemas, de contas de redes sociais e de outras atividades ilegais, é que em muitos casos, sequer são utilizados poderosos computadores ou softwares específicos para promover a invasão. Muitos casos ocorrem por desatenção, negligência ou ingenuidade do próprio usuário dos sistemas informatizados, das redes sociais, etc.

Atualmente o acesso às redes sociais se dá por um público que vai desde crianças pré-escolares até idosos, e ocorre de forma tão natural que muitas vezes a precaução e a segurança são deixadas de lado. Isso facilita a aplicação de técnicas de engenharia social para obter informações e acessos que permitem invadir sistemas. Isso inclui a utilização de técnicas de persuasão, como a criação de perfis falsos em redes sociais ou a utilização de phishing (falsificação de e-mails ou páginas da web) para obter senhas e outros dados. Sem falar que muitas senhas utilizadas são frágeis.

Em suma, a atividade hacker é complexa e multifacetada, e muitas empresas e governos contratam hackers para testar a segurança de seus sistemas e redes. Porém, a figura do hacker ainda é associada a imagens negativas e muitas vezes estereotipadas, o que pode gerar conflitos e preconceitos. 

Uma questão interessante é que outrora, um usuário que dominava o MS DOS, depois o Windows e seus aplicativos básicos, era visto como "fera" na área. Se dominasse alguns princípios de programação e algumas linguagens, como a obsoleta COBOL, uma linguagem de programação que foi muito popular nos anos 60 e 70, tinha grandes chances de ser até chamado de hacker.

Hoje porém, existem milhares ou milhões de aplicativos para milhões de finalidades. Basta pensar uma área qualquer da atividade humana (saúde, educação, lazer, esporte, mecânica, engenharia, etc.) que encontramos milhares de softwares específicos. É praticamente impossível alguém dominar tanta coisa.

Hoje o foco do aprendizado está em princípios gerais  básicos ou a especialização ou superespecialização em áreas específica, da mesma forma que ocorre na maioria das áreas humanas (você vai em mecânico eletricista ver o farol, em um latoeiro dar um retoque no para-choque, em outra oficina ver o alinhamento, etc.. Na saúde, vai em um médico especialista (oftalmo) que tem expertise em determinada doença que ataca a câmara posterior do olho. Assim, a informática também ganha esta característica de superespecialização.

Sendo assim, a habilidade de um hacker não depende apenas de conhecer todas as tecnologias existentes, mas sim de possuir uma compreensão profunda dos princípios fundamentais da informática e da segurança de sistemas e de conhecer a área que ele atua. Eles geralmente se especializam em áreas específicas, como segurança de redes, engenharia reversa de software, exploração de vulnerabilidades, entre outras. Costumam se manter atualizados sobre as últimas tendências e tecnologias do mercado.

Outra estratégia adotada por muitos hackers é o trabalho em equipe e a colaboração com outros especialistas em informática. Dessa forma, eles podem compartilhar conhecimentos e competências, ampliando suas habilidades e capacidades e expandindo seu campo de atuação.

O trabalho em equipe é muito importante em praticamente todas as áreas profissionais, pois permite o compartilhamento de conhecimentos, habilidades e ferramentas, além de colaborar em projetos e pesquisas conjuntas. Assim, cada membro da equipe pode contribuir com seus conhecimentos específicos e unidos amplificar as potencialidades do trabalho.

Existem várias formas de trabalho em equipe algumas das quais incluem:

Grupos de hackers: existem vários grupos de hackers espalhados pelo mundo que se dedicam a explorar vulnerabilidades de segurança e desenvolver soluções para elas. 

Hackathons: eventos onde grupos de hackers se reúnem para trabalhar em projetos de segurança ou tecnologia específicos, em um ambiente colaborativo. Esses eventos geralmente duram de algumas horas a vários dias, e podem ser organizados por empresas, organizações ou comunidades de hackers.

Projetos de código aberto: muitos hackers contribuem para projetos de código aberto, que são desenvolvidos em um ambiente colaborativo e aberto, com o objetivo de criar soluções que possam ser utilizadas por qualquer pessoa. 

Comunidades de hackers: existem várias comunidades de hackers online, que se dedicam a discutir tópicos relacionados à segurança de sistemas, tecnologia e outros assuntos relacionados. Essas comunidades podem ser úteis para hackers que buscam informações, suporte e ajuda em suas atividades.

E você, já pensou em se tornar um hacker ?

https://www.pngegg.com/pt/png-txijs
E não me refiro a se tornar um criminoso ou invasor de sistemas. Um hacker pode ser um profissional de segurança da informação, um pesquisador de vulnerabilidades, um desenvolvedor de software ou qualquer pessoa com habilidades em tecnologia e curiosidade para explorar sistemas e redes de computadores e oferecer soluções para um mundo cada vez mais mergulhado na tecnologia da informação. Um mundo onde nossas vidas e nossa segurança estão literalmente à deriva nos ambientes informatizados.

Para se tornar um hacker, é necessário adquirir conhecimentos em várias áreas da tecnologia, incluindo programação, redes de computadores, segurança da informação e criptografia. Algumas das habilidades e conhecimentos que podem ser necessários para se tornar um hacker incluem:

Aprender a programar: é importante ter conhecimentos em linguagens de programação, como Python, Java ou C++, para entender como os sistemas funcionam e identificar possíveis vulnerabilidades, além de outras linguagens em voga no momento.

Conhecer sistemas operacionais e redes de computadores.

Conhecer ferramentas de segurança e hacking: é importante conhecer ferramentas como o Kali Linux, o Wireshark e o Metasploit, para testar a segurança de sistemas e redes de computadores.

Desenvolver habilidades de resolução de problemas: os hackers são conhecidos por sua habilidade em resolver problemas complexos e encontrar soluções criativas.

Participar de comunidades de hackers: as comunidades de hackers podem ser uma ótima maneira de aprender com outros hackers experientes e ficar atualizado sobre as últimas tendências e ferramentas em segurança da informação.

Ou seja, como em qualquer área da vida, requer muita dedicação, paciência e prática. É um processo contínuo de aprendizado e aperfeiçoamento de habilidades. Além disso, é importante sempre atuar dentro da lei e ética.

E talvez o mais importante, conhecer o comportamento humano, afinal, somos nós, humanos, os usuários dos sistemas informatizados. Somos nós que temos as necessidades que estes sistemas precisam resolver. Somos nós que causamos, por mau uso e negligência, a maioria das vulnerabilidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário