O direito ao descanso do trabalhador e a face divisionista da classe trabalhadora

Em tempos de polarizações e discursos rasos, maniqueístas, ideológicos e produtivistas, o servidor público também tem se tornado alvo constante de críticas, especialmente quando se aproxima algum feriado prolongado. Mas não somente nestes casos...


Imediatamente surgem nas redes sociais e nos meios de comunicação uma série de ataques, insinuações e descontentamentos, frequentemente pautados por uma visão distorcida da função pública e por uma lógica que nega a centralidade do ser humano no mundo do trabalho. 

Eu pago tributos (tal qual o servidor), portanto, posso criticar e exigir que esta classe de trabalhadores seja coisificada e reduzida a insumo produtivo, a elemento a constante disposição, infalível, incansável, mecânico, não humano. É o produtivismo com uma dose de rancor social, que aparenta existir às vezes. Uma confusão entre trabalhadores públicos e a elite política, talvez.

Quem sabe até seja alguma compensação psicológica ou sociológica do fato de ter se naturalizado como coletiva a visão que muitos patrões têm sobre seus empregados. Talvez até falta de consciência de classe da nossa sociedade...e aqui muitas hipóteses podem ser aventadas.

Os feriados, tidos por muitos como "privilégios" dos servidores, tornam-se o epicentro de julgamentos injustos, sem que se observe a complexidade e a relevância do descanso regular para qualquer categoria profissional, seja pública ou privada.



É comum ouvirmos frases como “servidor

Trabalho e identidade: um contexto de despersonificação.

O conceito de alienação do trabalho, conforme Marx, é talvez um dos mais importantes e mais intensamente explorado na análise das relações de produção capitalistas. 

Segundo ele, o trabalho, que deveria ser um ato de identificação do ser humano, de transformação da natureza segundo a intenção e a pessoalidade de cada indivíduo, por natureza criador, torna-se alienante dentro do sistema capitalista. 

O trabalhador, ao ser reduzido a um mero