Trabalho e identidade: um contexto de despersonificação.

O conceito de alienação do trabalho, conforme Marx, é talvez um dos mais importantes e mais intensamente explorado na análise das relações de produção capitalistas. 

Segundo ele, o trabalho, que deveria ser um ato de identificação do ser humano, de transformação da natureza segundo a intenção e a pessoalidade de cada indivíduo, por natureza criador, torna-se alienante dentro do sistema capitalista. 

O trabalhador, ao ser reduzido a um mero

Um conto: meu amigo boitatá

O folclore brasileiro é repleto e rico de lendas e mitos que permeiam a imaginação das pessoas. Soma-se a isso os resquícios de uma sociedade rural, a cultura indígena (muito relacionada com a mata e fenômenos naturais), a forte crença místico-religiosa, mesclada com a rica imaginação do povo brasileiro.

Assim, até hoje, os mitos e lendas permeiam nosso folclore, as rodas de conversa, e, tratando-se dos famosos causos de assombração, a quaresma fertiliza ainda mais este terreno de imaginação e misticismo.

Duas dessas lendas, muito comuns em nossa região, são a do lobisomem e a do boitatá, ambos conhecidos por serem criaturas sobrenaturais que "aparecem" em praticamente todas regiões do país, com suas variantes. 

Enquanto o lobisomem é um ser que se transforma de humano em lobo durante as noites de lua cheia, o boitatá é uma cobra de fogo ou um facho cintilante que protege as florestas (tradição Tupi) ou deriva da alma de pessoas ruins que cometeram certos pecados, como o adultério entre compadres e comadres.

Um causo sério !

A história que vou contar aconteceu em uma localidade rural que não vou citar qual para preservar a identidade dos personagens. Foi no município de Rebouças, cidade do interior do Paraná com aproximadamente 11 mil habitantes no final dos anos de 1980, quando este fato ocorreu.

Nesta comunidade, com poucas residências e cercada de matas fechadas (pois a agricultura ocupava áreas um pouco mais restritas), carente de energia elétrica, e repleta de carreiros por onde os moradores cortavam distância, havia uma senhora chamada Dona Maria, benzedeira muito requisitada e querida de todos, inclusive de pessoas de municípios vizinhos que a procuravam para benzer diversas enfermidades, como cobreiro, quebranto, bichas, dor de barriga, susto...

Dona Maria, sempre com seu lenço na cabeça e usando vestidos coloridos, não costumava fazer seus benzimentos após às 18 horas, mas em uma noite de lua cheia, em plena quaresma, surgiu uma emergência que ela não podia deixar de atender. 

Seu João, um antigo morador da redondeza, que

Incentivos para a detecção precoce e para o tratamento eficiente do glaucoma

A princípio, este texto buscou propor uma sugestão, seja de um estudo ou de outra medida de apoio aos pacientes oftalmológicos na área de abrangência ou dentro das possibilidades municipais. Não se descarta, porém, a possibilidade de uma medida mais abrangente, seja na esfera estadual ou até nacional, tendo em vista que se trata de uma questão de saúde pública, com reflexos sociais e econômicos e que afeta de forma igual, pessoas de todos os lugares.

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Além disso, mesmo olhando pelo prisma da realidade municipal, nada impede que parta da classe política local a proposição de alguma iniciativa mais ampla, como por exemplo, buscar o apoio dos legisladores estaduais ou mesmo federais nesta empreitada, já que a política se baseia nas interações e contatos, no diálogo, no apresentar e no ouvir as necessidades sociais e em adotar medidas de interesse da coletividade.

Da mesma forma, seria interessante, dentro do plano

A inteligência artificial e a palavra escrita: a delegação da essência humana às máquinas ?

Nos últimos anos, a ascensão das inteligências artificiais (I.A.) na produção textual tem levantado debates profundos sobre a essência da escrita e o papel do autor no mundo contemporâneo. Já não se trata apenas de um avanço tecnológico, mas de uma transformação que desafia a própria noção de autoria e autenticidade. 

Em meio a esse cenário, surge um questionamento inevitável: até que ponto um texto gerado por I.A. pode representar o pensamento, a emoção e a identidade de quem escreve, ou mais, retratar a concepção subjetiva sobre os fenômenos, sobretudo sociais e humanos ?

A escrita sempre foi mais do que um simples arranjo de palavras. Ela é uma forma de expressão, um meio pelo qual um autor se comunica com o mundo, organiza seu pensamento e deixa sua marca. 

A história está repleta de escritores que transformaram a sociedade com suas ideias, não por causa (somente) da coerência e gramática impecável de seus textos, mas pelo modo como suas palavras refletiam suas experiências, angústias e visões de mundo. Com retratavam criticamente, às vezes de forma explícita, outras vezes, nas entrelinhas, as questões sociais, as injustiças, faziam resistência às opressões, expressavam seu amor, seus valores, seu eu. A inteligência artificial, por mais sofisticada que seja, carece desse elemento humano fundamental: a subjetividade.

É certo que a I.A. pode ser uma ferramenta útil, especialmente no jornalismo e no marketing, onde há a necessidade de produzir conteúdos rápidos e objetivos. Muitos veículos de comunicação já utilizam algoritmos para redigir notícias baseadas em dados brutos, otimizando tempo e eficiência. A questão do emprego é um assunto paralelo, pois há quem defenda que existe uma migração dos profissionais, outros, argumentam que há sim substituição e precarização. De qualquer forma, é uma realidade posta, está aí. 

No entanto, quando falamos de textos literários, poéticos, e até acadêmicos, conforme a

Manifestação religiosa e cultural da Recomendação das Almas

Tratar atualmente sobre as práticas ou ofícios da religiosidade popular é voltar um olhar sobre manifestações religiosas e culturais que clamam por resgate, que se constituem em um fator de resistência ao moderno, marcado pelo desencantamento e com o enfraquecimento do misticismo e do mágico que outrora povoavam a imaginação, davam suporte às tradições tipicamente rurais, mesclavam-se com a religiosidade popular, fortaleciam os laços de comunidade e envolviam aspectos da cultura como um todo.

Entre estas práticas, está a Recomendação das Almas, que também com este desencantamento da quaresma e com a mudança de paradigmas sociais deixa de ter as bases para sua realização e sentido. As mudanças sociais, demográficas, tecnológicas, culturais, acabam transformando os hábitos de vida, os valores, as crenças e as tradições.

Enfim, ao alterar o território propício a determinada prática, ou em outras palavras, ao alterar as bases materiais de determinada manifestação, ela tende a ser afetada, muitas vezes, enfraquecida ou esvaziada de sentido. Ela deixa de ser uma prática do cotidiano, tornando-se em alguns casos uma tradição cultural (restrita a um nicho, como lembrança saudosista ou comemorativa) ou às vezes, por falta de registro e transmissão, nem isso.

O desencantamento da quaresma citado pode ser

Meu 2º livro: "Vozes do Verbo - um álbum de opiniões sobre tópicos regionais"

O livro "Vozes do Verbo: um álbum de reflexões e opiniões sobre tópicos regionais" é o segundo livro lançado pelo autor, Haroldo José  Andrade Mathias. 

O primeiro deles: “fatores que impactam no processo de precificação” (clique aqui para acessar a versão em PDF) (ou aqui para acessar o Flipbook) tratou de uma temática empresarial, e embora voltado para esta área, permeou entre os conceitos técnicos uma análise crítica e social sobre o papel empresarial, trazendo pontos de vista e um convite à reflexão sobre a função social das atividades produtivas.

O atual livro também manteve essa perspectiva de análise crítica, porém com um conteúdo mais abrangente.

Este leque facilitou e praticamente impôs a necessidade de uma apreciação crítica e sistêmica dos fatos, na busca de uma visão dialética de tantos elementos distintos que se contrapõem e formam nosso contexto de vida.

Uma característica comum em ambos os livros é o fato de serem preparado em todas as suas etapas pelo próprio autor. Todo processo de escrita, de elaboração ou disposição dos elementos gráficos, revisão textual, diagramação, etc. foram feitos pelo próprio autor.

Embora neste processo amador, de busca de informações para solucionar as dúvidas, da falta de recursos técnicos ou profissionais, possam ficar falhas, o importante está além do resultado material, mas no aprendizado ocorrido neste processo de cumprir todas as etapas de produção.

Visando a máxima redução de custos, pois todas as despesas foram arcadas pelo autor, sem qualquer forma de financiamento ou patrocínio, poucos exemplares impressos serão produzidos. Porém, valendo-se dos recursos digitais disponíveis e acessíveis atualmente, se fará também gratuitamente a  distribuição do material digital, de modo coerente com o objetivo do livro de valorizar a transmissão do conhecimento, os temas locais vivenciados por todos nós, e incentivar a democratização da leitura, e sobretudo, da escrita. 

Para acessar gratuitamente a versão digital (PDF) do livro "Vozes do Verbo: Um álbum de opiniões e reflexões sobre tópicos regionais", clique aqui !!

Caso prefira acessar a versão Flipbook, clique aqui.

A obra incorpora a noção de valorização do saber popular, muitas vezes negligenciado, e da visão pessoal de mundo, partindo do princípio de que a realidade carrega uma dose de subjetividade e que aqueles que vivem os fatos têm um conhecimento empírico que precisa ser considerado, registrado, compartilhado e preservado.

Ilustra que é possível transcender a escrita

Um convite à leitura do meu 1º livro: Reflexões sobre os fatores que impactam no processo de precificação


A elaboração do trabalho em pauta: "Reflexões sobre os fatores que impactam no processo de precificação" consistiu em literalmente colocar no papel um um objetivo que alimento há vários anos, de publicar algo que talvez possa contribuir com determinada problemática social e materializar uma temática que desenvolvi durante minha trajetória acadêmica e que tem significativo impacto na realidade empresarial. O impulso decorreu de considerar relevante compartilhar as ideias que desenvolvemos, sejam elas fruto das experiências pessoais, da visão particular de mundo, do arcabouço teórico e intelectual que alicerçamos com as experiências, leituras e com as pessoas com as quais interagimos ao longo dos anos...

Compartilhar ideias, se expressar, satisfazer o gosto por pensar, escrever e repensar, foi o que me levou a criar este blog simples, esteticamente falho, mas eficaz em cumprir o objetivo: expressar ideias. Da mesma forma, como meio de expressão, surgiu a ideia de desenvolver um livro. O foco foi no conteúdo e também na experiência de desenvolvê-lo integralmente.

Sendo assim, além da construção do

A valorização dos profissionais escolares (texto II)


A valorização de todos os profissionais escolares, e não apenas do corpo docente, é imprescindível para a construção de uma educação de qualidade, que não represente na sua prática uma contradição excludente dos aspectos de cidadania, justiça social, senso crítico e igualdade, conforme preceitua a chamada Educação Emancipadora e o que se espera conceitualmente da Educação e da sociedade.

Apesar de que sob o prisma da gestão  democrática e nas letras da Lei, como a LDB, Plano Nacional de Educação, entre outras, se pregue, com maior ênfase recentemente, a importância de todos os profissionais para o funcionamento harmônico do sistema educacional, a figura do professor segue frequentemente sendo o foco das políticas públicas e das discussões.

Quando se fala em escola se vem à mente os profissionais docentes, as práticas e teorias pedagógicas, o que é justo e óbvio, mas o funcionamento eficiente das escolas e de todo o sistema em suas diferentes escalas (pois não estou resumindo à escala local ou questão pontual) depende