Redes e Hierarquia Urbana


Quantas vezes você já necessitou se deslocar à cidades vizinhas ou para grandes centros para obter produtos ou serviços não existentes onde você mora?
As cidades pequenas, de modo geral, conseguem satisfazer as necessidades cotidianas de consumo. Entretanto, quando se precisa de serviços especializados, como órgãos públicos, aeroportos, exames ou intervenções cirúrgicas mais complexos, visitar museus, teatros e outros centros culturais de maior destaque, torna-se necessário esse deslocamento.

Ou seja, algumas cidades, exercem maior influência econômica, política, cultural, etc. sobre as outras outras, atraindo as pessoas. Essa relação de atração e influência é denominada de rede urbana.
O mapa ao lado ilustra como determinadas cidades ou regiões centralizam determinam atrativos urbanos e com isso conseguem exercer maior grau de influência sobre outras regiões. É perceber, por exemplo, que a influência da região sudeste, especialmente em virtude da Grande São Paulo e do Rio de Janeiro se espalha por grande parte do território nacional. Afinal, nestas regiões estão instaladas muitas indústrias, bancos, seguradoras, aeroportos, órgãos públicos e a maioria das emissoras de TV.


DINÂMICA DAS REDES REALIZADA COM OS ALUNOS

Visando mostrar de forma concreta o conceito de redes aos alunos,  utilizou-se de uma dinâmica. Foram tomadas como exemplo 3 cidades paranaenses: Irati (local de residência dos alunos), Rebouças (cidade de menor porte em relação à Irati) e Ponta Grossa (cidade de maior porte em relação à Irati e sub-centro regional, conforme classificação no mapa constante no livro didático).

O nome dessas cidades foram escritos em um CD, e neste cd amarradas fitas de tamanhos diferentes. Na ponta destas fitas o nome de algumas cidades, especialmente vizinhas, que tem relação com uma das 3 cidades tomadas como exemplo.

A dinâmica consistiu em chamar 3 alunos para representar as cidades tomadas como exemplo, segurando o CD. Eles iam chamando outros alunos, que segurança a ponta da fita representando as demais cidades.

Ao término da dinâmica formou um emaranhado de fitas na sala de aula, exemplificando as redes. Comentou-se com os alunos que tratava-se de uma simplificação da realidade, sendo no mundo real as relações mais complexas. Ilustrou-se também que além dos fluxos materiais, de capital e de pessoas, pelas ligações (fitas) circulavam também aspectos imateriais, como informação, por exemplo.

Lembrando também que o tamanho das fitas era diversificado, buscando ao menos aproximar em escala a distância entre as cidades. Alguns alunos, que representaram cidades mais importantes, seguravam mais pontas de fitas, outros que representavam cidades menos importantes, apenas a fita de sua cidade...

Dessa forma, a abstração do mapa acima ficou melhor entendido pelos alunos.


CONTINUAÇÃO DO CONTEÚDO

Essa diferença ou ordem de influência que uma cidade exerce sobre a outra permitiu ao IBGE estabelecer uma hierarquia na classificação da rede urbana, distinguindo-as em metrópoles globais, metrópoles nacionais, metrópoles regionais, centros regionais e centros sub-regionais. Outras classificações também são possíveis e defendidas por outros autores.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO
 
O mapa anterior foi fotocopiado e distribuído aos alunos. Com base nele, explicou-se que de acordo com a atração e a influência que as cidades exercem sobre uma determinada área, há uma hierarquia na classificação da rede urbana: metrópole  global, metrópole nacional, metrópole regional , centro sub-regional. Na sequência os alunos foram solicitados a escrever no caderno: Duas metrópoles globais, duas metrópoles nacionais, duas metrópoles regionais e classifique com base na legenda do mapa, 3 cidades paranaenses.

CONURBAÇÃO 

Conforme as áreas urbanas de determinadas cidades vão se expandindo sobre as áreas rurais, a cidade vai se aproximando de outros centros urbanos, os quais, muitas vezes, também apresentam um considerável grau de crescimento, favorecendo a expansão da mancha urbana.
Quando estas cidades se aglomeram de forma que fica praticamente imperceptível definir onde começa uma cidade e termina outra, tem-se a conurbação, deixando a rede urbana ainda mais complexa.
No Paraná temos os exemplos das cidades de Curitiba e Pinhais, como pode ser visualizado nas figuras abaixo. Na divisa entre Paraná e Santa Catarina, temos o exemplo das cidades de União da Vitória e Porto União, embora a gênese desse processo seja diferente do primeiro exemplo, fica evidente o processo.
É interessante observar que a conurbação pode exigir que cidades distintas adotem políticas integradas na solução de determinados problemas e na satisfação de determinadas necessidades da população. É o caso, por exemplo, do policiamento, da preservação ambiental, de catástrofes naturais, como as enchentes, comuns em União da Vitória.

 REGIÕES METROPOLITANAS

Um região metropolitana é definida por uma legislação estadual, ou seja, definida em lei, conciliando questões e interesses econômicos, sociais, políticos, culturais, etc.

Elas se constituem em agrupamentos de municípios limítrofes, conurbados ou não, e tem por objetivo a integração, a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Entretanto, as influências e pressões da sociedade, em seus diversos segmentos, também estão presentes nesta definição.
As regiões metropolitanas são formadas por um município central e outros que estão sob sua influência, principalmente econômica.

Há constante deslocamento de pessoas entre os municípios que compõem estas áreas, surgindo problemas que podem ser solucionados em conjunto com os demais municípios. Um exemplo de serviço público que pode ser integrado é o transporte coletivo, necessário para levar os trabalhadores de um município a outro, especialmente porque estas regiões concentram grande número de pessoas, empresas e serviços especializados.

Entretanto, como cada município tem sua autonomia e suas próprias legislações, algumas ações não abrangem a totalidade da região, podendo gerar desigualdades e a concentração de diversos problemas sociais e ambientais em determinados lugares.
O mapa disposto a direita da tela demonstra as regiões metropolitanas do país, a maioria associadas às capitais dos estados.

Atualmente no Brasil há 41 regiões metropolitanas, distribuídas por todas as grandes regiões do país, e definidas por leis federais ou estaduais.
Em 1974, um ano após ter sido criada a legislação das regiões metropolitanas, havia nove destas áreas no Brasil. (Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2007, as regiões metropolitanas já eram 28.





A que pode ser atribuído esse crescimento ?






Segue abaixo alguns tópicos ilustrativos das três regiões metropolitanas do Paraná: Região Metropolitana de CuritibaRegião Metropolitana de Londrina e Região Metropolitana de Maringá. Há de se considerar também que se discute a criação da Região Metropolitana de Ponta Grossa.










EXERCÍCIOS

Para fixar os conceitos e promover a retomada da discussão na aula seguinte, solicitar-se-á aos
alunos que respondam 3 questões passados no quadro, trazendo-as para discussão na aula seguinte: 
1)      O que é uma região metropolitana ?
2)      Como ocorre o processo de conurbação ?
3)      O que a urbanização, redução da população rural e o aumento das regiões metropolitanas revela?

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