Embora
o problema da seca no Nordeste seja histórico, atualmente, estando em voga as
questões ambientais, bem como seus efeitos nas condições socioeconômicas das
populações, os meios de comunicação tem dado maior destaque às pesquisas
científicas que abordam esta problemática. Livros como Os Sertões, de Euclides da Cunha e Vidas Secas de Graciliano Ramos enredaram essa questão. Basta pesquisar "Nordeste" no Google Imagens, e os resultados são caatinga, terreno ressecado, pessoas em busca de água, enfim, paisagens que retratam a seca.
Entretanto, antes de discutir a questão, é preciso lembrar que quando falamos de seca no nordeste, não estamos nos referindo a um espaço homogêneo. A seca se concentra principalmente no Sertão Nordestino.
A zona da mata, por exemplo, próxima ao litoral, tem características diversas. O Meio norte é uma área de transição com a floresta amazônica, úmida. Isso também alerta para a necessidade de desvincular a pobreza como consequência da seca, esquecendo de outras questões econômicas, sociais, culturais e políticas que possam interferir. Na Austrália, por exemplo, grande parte do território está sob o domínio dos desertos ou do clima semi-árido.
Destaca-se,
entretanto, que embora a seca seja um problema ambiental (decorrente de fatores
climáticos, topográficos, etc. que de forma sistêmica afetam outras esferas),
ela está vinculada com questões antrópicas, como formas de uso e ocupação do solo,
atividades econômicas, que por sua vez se refletem nas condições humanas.
Neste
sentido, a questão da seca não deixa de ser também um problema de políticas
públicas, que requer por parte do Governo medidas de adaptação, planejamento e
principalmente ação.
Além
de seca, a falta de
planejamento e de políticas públicas eficientes e sérias, traz também outros agravantes. Basta observar como se tornaram mais comuns casos de alagamentos e deslizamentos de terras nas cidades, demonstrando que tais problemas não são apenas naturais, mas socialmente construídos.
planejamento e de políticas públicas eficientes e sérias, traz também outros agravantes. Basta observar como se tornaram mais comuns casos de alagamentos e deslizamentos de terras nas cidades, demonstrando que tais problemas não são apenas naturais, mas socialmente construídos.
Segundo o site uol, na
visão de Roberto do Carmo, do Núcleo de Estudos de População da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), infelizmente,
tanto a seca no Nordeste quando problemas ambientais nas cidades ainda tendem a
se agravar. De um lado, o Norte e o Nordeste passarão a ficar mais secos com a
queda significativa da ocorrência das chuvas, enquanto o Sul e o Sudeste sofrerão
com o aumento das
precipitações até 2100
precipitações até 2100
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Como a chuva no Nordeste está associada à zona deconvergência intertropical em conjunto com a ação da La Niña (que esfria as
águas do Pacífico, obrigando um leve aquecimento do oceano Atlântico para
equilibrar a temperatura atmosférica), muitos esperavam uma estação chuvosa
intensa no ano passado. Mas isso não ocorreu, muito em parte pelo
enfraquecimento do fenômeno, que ficou concentrado apenas no centro do
Pacífico, sem migrar para o oceano que banha o nosso país.
"O aumento da temperatura média dos oceanos está
alterando esses eventos, afetando diretamente as temporadas de chuvas [no
Brasil]. Por isso, se tiver alguma alteração, a estação chuvosa só vai ocorrer
no próximo ano, entre março e maio, geralmente."
Segundo
matéria no site UOL Notícias, a prolongada seca registrada no semiárido
brasileiro e seus problemas decorrentes devem se agravar ainda mais nos
próximos anos por causa das mudanças climáticas globais.
Segundo
análise dos pesquisadores, durante a 1ª Conclima (Conferência Nacional de
Mudanças Climáticas Globais), que ocorreu dos dias 09 ao dia 13 de setembro de
2013, em São Paulo, é preciso executar ações urgentes de adaptação e mitigação
desses impactos e repensar os tipos de atividades econômicas que podem ser
desenvolvidas na região do Semiárido.
De
acordo com a Agência Fapesp, com dados do Cenad (Centro Nacional de
Gerenciamento de Riscos e Desastres), só nos últimos dois anos foram
registrados 1.466 alertas de municípios no semiárido que entraram em estado de
emergência ou de calamidade pública em razão de seca e estiagem. Esses são os
desastres naturais mais recorrentes no Brasil, segundo o órgão.
"Se
hoje já vemos que a situação é grave, os modelos de cenários futuros das
mudanças climáticas no Brasil indicam que o problema será ainda pior. Por isso,
todas as ações de adaptação e mitigação pensadas para ser desenvolvidas ao
longo dos próximos anos, na verdade, têm de ser realizadas agora", disse
Marcos Airton de Sousa Freitas, especialista em recursos hídricos e técnico da
ANA (Agência Nacional de Águas).
Segundo
o pesquisador, o semiárido - que abrange Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí e o norte de Minas Gerais - vive
hoje o segundo ano do período de seca, iniciado em 2011, que pode se prolongar
por um tempo indefinido.
Uma
das ações de adaptação que começou a ser implementada no semiárido nos últimos
anos e que, de acordo com os pesquisadores, contribuiu para diminuir
sensivelmente a vulnerabilidade do acesso à água, principalmente da população
rural difusa, foi o Programa Um Milhão de Cisternas.
Segundo o blog SOS Rios do Brasil, o programa tem contribuído para o aproveitamento da água da chuva em locais onde
chove até 600 milímetros por ano - comparável ao volume das chuvas na Europa -
que evaporam e são perdidos rapidamente sem um mecanismo que os represe,
avaliaram os pesquisadores.
Como a água tende a ser um recurso natural cada vez
mais raro no semiárido nos próximos anos, Rodrigues defendeu a necessidade de
repensar os tipos de atividades econômicas mais indicadas para a região. "Talvez a agricultura não seja a atividade mais
sustentável para o semiárido e há evidências de que é preciso diversificar as
atividades produtivas na região, não dependendo apenas da agricultura familiar,
que já enfrenta problemas de perda de mão de obra, uma vez que o aumento dos
níveis de educação leva os jovens da região a se deslocar do campo para a
cidade",
O pesquisador
também defendeu que o Projeto de Transposição do Rio São Francisco tornou-se
muito mais necessário agora, tendo em vista que a escassez de água deverá ser
um problema cada vez maior no semiárido nas próximas décadas, e é fundamental
para complementar as ações desenvolvidas na região para atenuar o risco de
desabastecimento de água
Segundo o site Jornal do Brasil, o Primeiro
Relatório de Avaliação Nacional do PBMC, no entanto, indica que a vazão do Rio
São Francisco deve diminuir em até 30% até o fim do século, o que colocaria o
projeto de transposição sob ameaça.
Freitas,
contudo, ponderou que 70% do volume de água do Rio São Francisco vem de bacias
da região Sudeste, para as quais os modelos climáticos preveem aumento da vazão
nas próximas décadas. Além disso, de acordo com ele, o volume total previsto
para ser transposto para as bacias do Rio Jaguaribe e do Rio Piranhas-Açu
corresponde a apenas 2% da vazão média da bacia do Rio São Francisco
Dessa forma
resta a esperança de que Governo e sociedade tracem planos eficazes de ação
para amenizar os problemas decorrentes da falta história de planejamento e de
políticas públicas adequadas, as quais quando existentes, beneficiam
principalmente o capital.
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braziliangreenforest.com |
A discussão e a falta de unanimidade sobre o tema é tamanha, que alguns teóricos afirmam que o Aquecimento Global é uma farsa. De qualquer forma, qualquer visão que se tenha sobre o assunto não deixa de ter uma carga ideológica, política e econômica, pois essa visão irá orientar os discursos, a opinião pública e as políticas governamentais.
Como sugestão de
filme, fica “Uma Verdade Inconveniente” que desperta o público para as reais
conseqüências do aquecimento global, mostra que nenhuma forma de vida a habitar
o planeta Terra foi tão agressiva quanto a raça humana. Ao mesmo tempo, mostra
que existem soluções viáveis para que, pelo menos, tentemos minimizar seus
impactos. Várias dessas soluções dependem de políticas governamentais, mas a
maioria delas terá que partir de cada um de nós.
Para contribuir com as discussões fica abaixo o link para dois videos, sendo o primeiro negando a hipótese do aquecimento global e o segundo deles, corroborando com ela.
Para contribuir com as discussões fica abaixo o link para dois videos, sendo o primeiro negando a hipótese do aquecimento global e o segundo deles, corroborando com ela.
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