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Viva Irati, cidade Amada !
Pago imposto, tenho direito: um discurso individualista e distorcido sobre a cidadania
Nos debates cotidianos sobre gestão pública, é comum ouvir afirmações como “posso reclamar porque pago imposto” ou “sou patrão do servidor público”. Este tipo de discurso, embora muitas vezes impulsionado por uma legítima frustração, é em sua essência uma simplificação grosseira da realidade tributária, social, econômica, legal e do funcionamento do Estado.
Demonstra que apenas deixamos nos levar por "discursos de bodega", sem fundamentos, sem compreensão mais profunda da realidade, sem empatia ou abertura para entender o contexto sobre outras perspectivas. Ou, às vezes, e o que é pior, não se trata de ignorância ou ingenuidade, atributos que todos nós temos em certas áreas diante da impossibilidade material de entender de tudo, mas de intencionalidade. Às vezes há intenção neste discurso invertido, vontade de manipular, polemizar, de se beneficiar, especialmente para fins politiqueiros. E alguns caem neste conto do vigário.
Este discurso revela uma visão que transforma a cidadania em um conceito de mercado, limitado à lógica do consumidor.
É fato que todos os cidadãos contribuem, direta ou indiretamente, com tributos. A carga tributária no Brasil é amplamente distribuída, recaindo, inclusive de forma desproporcional, sobre os mais pobres (e pasmem, alguns são contra taxar a ínfima parcela populacional dos bilionários). No entanto, a média salarial do brasileiro é baixa: segundo o IBGE (dados de 2024), o rendimento médio mensal do trabalhador gira em torno de R$ 3 mil. Se considerarmos o levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), que estima que cerca de 30% da renda
Valorizar o professor não é blindá-lo da responsabilidade por mudanças.
Fonte: https://projetocolabora.com.br/ods4/ desmotivados-com-a-carreira-professores- abandonam-a-sala-de-aula/ |
https://revistaquale.com.br/categoria/escola |
Meu 2º livro: "Vozes do Verbo - um álbum de opiniões sobre tópicos regionais"
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Tradicionalismo gaúcho no Paraná
O velho matadouro municipal de Rebouças - PR
O desafio do pensamento crítico
Desde a minha época de estudante, sempre procurei cultivar um pensamento crítico. Essa postura foi amplamente estimulada pela sorte de ter tido bons professores de História, Geografia e Sociologia, aliada a uma vontade genuína e um interesse natural por esses assuntos.
Infelizmente, nos últimos tempos, essas disciplinas sofreram certo aviltamento, com sua importância sendo frequentemente menosprezada — o que enfraquece um de seus maiores propósitos: o exercício da cidadania.
Mais do que ninguém, defendo o senso crítico. No entanto, é essencial que a crítica seja bem fundamentada e o mais imparcial possível. Do contrário, transforma-se em mera reclamação vazia ou, pior ainda, em instrumento de defesa ou ataque político, abandonando a objetividade em nome de simpatias ou interesses particulares.
Nesse cenário, a internet tem desempenhado um papel ambíguo. Ao mesmo
O capitalismo como ladrão do tempo (vida) e a crítica vazia ao Estado.
Hoje, é comum ouvirmos que temos pouco tempo disponível. Mas, matematicamente, o tempo sempre foi o mesmo. A questão é: o que fazemos com ele? O que priorizamos? Apesar das inúmeras inovações criadas para nos libertar do tempo dedicado ao trabalho e proporcionar mais tempo vivido, parece que o efeito é o oposto. Vivemos em um contexto que nos empurra cada vez mais para a escassez de tempo e o excesso de demandas. Não temos tempo para nada !! Não fazemos nada, e queremos fazer tudo...
Entre esses elementos materiais que contribuem para esta dinâmica caótica, estressante, insustentável, destaca-se o polêmico celular. Quantas horas passamos diante de sua tela? Resolvendo problemas pessoais, do trabalho, se distraindo com a falsa noção de produtividade, de contato pessoal, tratando-o como lazer, aliado...
Mas, independentemente de como filosofamos sobre esses elementos isoladamente — celular, trabalho, ter, fazer (dieta, academia, faculdade, etc., tudo é fazer...) — precisamos compreender que o que nos aprisiona é um contexto.E esse contexto, gostemos ou não, é o capitalismo. Estamos imersos nesse sistema, envoltos por ele. Inclusive, muitos tem a resposta pronta (prefiro ficar somente com este adjetivo): vá para Cuba, quando tecemos uma reflexão crítica sobre o sistema social, econômico e político que nos governa, como se mesmo em Cuba estivéssemos livres deste sistema que é global, cultural, sem de impactos sem fronteiras (só para citar, vide as guerras, os impactos ambientais, doenças, e tantas mazelas decorrentes dele direta ou indiretamente). Mas estas mortes e destruições, ninguém coloca na conta dele. É mais fácil culpar o clima, a sorte, a falta de esforço do indivíduo, em uma grotesca meritocracia existente apenas como invenção retórica.
E como elemento da sociedade, imerso nesta maré de perda de tempo, estes dias, ao rolar a tela do Instagram, deparo-me com
O direito ao descanso do trabalhador e a face divisionista da classe trabalhadora
Em tempos de polarizações e discursos rasos, maniqueístas, ideológicos e produtivistas, o servidor público também tem se tornado alvo constante de críticas, especialmente quando se aproxima algum feriado prolongado. Mas não somente nestes casos...
Eu pago tributos (tal qual o servidor), portanto, posso criticar e exigir que esta classe de trabalhadores seja coisificada e reduzida a insumo produtivo, a elemento a constante disposição, infalível, incansável, mecânico, não humano. É o produtivismo com uma dose de rancor social, que aparenta existir às vezes. Uma confusão entre trabalhadores públicos e a elite política, talvez.
Quem sabe até seja alguma compensação psicológica ou sociológica do fato de ter se naturalizado como coletiva a visão que muitos patrões têm sobre seus empregados. Talvez até falta de consciência de classe da nossa sociedade...e aqui muitas hipóteses podem ser aventadas.
Os feriados, tidos por muitos como "privilégios" dos servidores, tornam-se o epicentro de julgamentos injustos, sem que se observe a complexidade e a relevância do descanso regular para qualquer categoria profissional, seja pública ou privada.
É comum ouvirmos frases como “servidor
Trabalho e identidade: um contexto de despersonificação.
O conceito de alienação do trabalho, conforme Marx, é talvez um dos mais importantes e mais intensamente explorado na análise das relações de produção capitalistas.
Segundo ele, o trabalho, que deveria ser um ato de identificação do ser humano, de transformação da natureza segundo a intenção e a pessoalidade de cada indivíduo, por natureza criador, torna-se alienante dentro do sistema capitalista.
O trabalhador, ao ser reduzido a um mero
Um conto: meu amigo boitatá
Incentivos para a detecção precoce e para o tratamento eficiente do glaucoma
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